Acho que isso acontece com todo mundo quando cresce. Você descobre quem você é e o que você quer, e então percebe que as pessoas que conheceu a vida inteira não veem as coisas da mesma meneira. E aí você preserva as lembranças maravilhosas, mas se dá conta de que precisa seguir em frente. É perfeitamente normal, eu acho.
Alguém que me ajude a superar, o que me parece insuperável.
E por mais que eu tente erguer a cabeça e esquecer o que aconteceu eu não consigo, a frustração, a mágoa e a vergonha parecem ser mais forte do que minha força de vontade.
Eu tenho certeza que isso vai passar, toda essa angustia, não sei quando, mas independente de quanto tempo demore todo dia eu tento me reerguer.
E toda vez que eu choro eu peço perdão a mim mesma, perdão por todo meu esforço não ter sido suficiente, perdão por ter acreditado tanto ao ponto de me iludir.
Às vezes tenho um enjôo das pessoas, com suas preocupações tolas, e suas vidas inúteis que se acham sofredoras, mas que nunca souberam o que é sofrer de verdade.
Quem sabe a vida volte ao normal;Hoje me lembrei de uma história que escutei quando criança e nunca mais esqueci, era mais ou menos assim: “Existia uma floresta habitada por animais de várias espécies. Um dia, por motivos que não lembro, essa floresta foi incendiada e todos os animais saíram correndo em pânico exceto um pequeno pássaro que em uma interminável saga ia a um rio próximo enchia o bico d’água e voltava pra floresta, tentando acalmar o fogo. O restante dos animais desdenhava do pássaro, dizendo que seu esforço era inútil, ao que o pássaro respondeu: Posso não deter o incêndio, mas fiz o que pude.”
Eu não me lembro do restante da história, não sei se os outros animais tomaram vergonha e foram ajudar. Mas a grande lição que tiro e que hoje me serve de apoio é que as vezes damos o nosso melhor, mas mesmo assim não é o bastante, nem sempre saímos vitoriosos, mesmo perdendo é importante saber que você fez o que pode.
